sexta-feira, 27 de março de 2020

Avós


Estes dias passaram, eu estou triste pois neste momento já não tenho avós.  Não fui ao funeral (foi hoje)… Estava limitado a 15 pessoas, se fossemos todos seriamos mais do que isso.

Ela passou por muito, viu dos 6 filhos que teve 4 a partirem primeiro que ela.

Mas é estranho, esta sensação pois não me fui despedir, mesmo que fosse não poderia dar um abraço de conforto aos meus tios, primos e irmãos.

Mas estes dias também de normais não têm nada.

Todos sabemos que um dia iremos ficar sem avós, e mesmo que desta avó eu fosse mais “desligada”, quando lá ia era estranho, pois não sabíamos se ela sabia com quem estava a falar, (estava no inicio de Alzheimer) não dava parte fraca, mas ela desde que a conheço nunca dava parte fraca a ninguém.

De todos guardo boas recordações e essas é que contam.

Da minha avó paterna sinto saudades de tudo, mas a cevada e a sopa.
Do meu avô paterno faleceu eu tinha uns 8 ou 9 anos não me lembro de muito, mas quando ia levantar a reforma trazia uns doces para os netos.
Do avô materno das promessas que fazia a mim e aos meus primos, de casinhas com piscinas…
Da minha avó materna ela era mais “dura”, no natal dava-me sempre o mesmo uma boneca chorão, era a boneca com que brincava sempre pois as outras eram mais bonitas e não as queria estragar… ah e os bolinhos de bacalhau eram mesmo bons, e diziam que a feijoada a moda do Porto também era boa, mas eu dessa nunca gostei muito.

E não ela não faz parte dos números desta pandemia.

Não sei quando vou voltar a entrar em casa dela, mas será estranho…
Alguém

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